Aldeia do Peixe
Um lugar situado junto ao rio Sorraia e cuja praia fluvial atrai actualmente muitos jovens de várias freguesias vizinhas e também visitantes de outras regiões pela sua beleza natural e histórica.
Neste lugar à beira-rio, sediaram-se aqui os tão famosos pescadores avieiros, pescadores que se prolongavam ao longo do Tejo vivendo apenas da pesca e da exploração do rio.
Num estudo sobre este tema sabemos, conforme investigado pelo Prof. Dr. Henrique Souto em 1998, que:
" Instalaram-se em "palheiros" construídos em tábuas e coberturas de colmo, erguidos sobre estacas, não fosse o rio subir; a vida era dura e, no pico do Inverno, o frio quase insuportável, o que levava estes pescadores a reforçar o lado Norte dos palheiros com chapas de zinco. E não havia muito tempo para descansar, qualquer que fosse a época do ano. Na época do sável, estes pescadores exploravam o rio e pescavam, lanço após lanço, inúmeros destes peixes: chegavam a apanhar mais de 1500 de uma só vez!2 Frequentemente tinham de afugentar golfinhos que com eles concorriam na pesca do sável (disparava-se contragolfinhos!). A rede utilizada era a varina: pequena rede de arrastar para a praia com cerca de 7 metros e meio de comprimento. O peixe era comprado por comerciantes da região que se deslocavam até aos pescadores. Quando não pescavam sável (ou savelha) apanhavam enguia, assim percorrendo todos os afluentes e "valas" do rio Tejo: rio S. Estêvão, Vala da Azambuja, Pombalinho... Se a pesca assim o exigisse, dormiam nos barcos, pequenas bateiras que se cobriam com um toldo de encerado armado com varas de cana."
Clique para ver uma entrevista realizada ao último pescador Avieiro da Aldeia do Peixe
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